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19/03/19 | Sonia Pestana - Coremetro

SAP investe no meio ambiente e colhe ações de cidadania

Como em toda ação, uma reação, dois projetos bem-sucedidos de horta e estufas em unidades prisionais comprovam que respeito ao meio ambiente resulta em melhores condições de vida para todos

A preocupação com a saúde, qualidade de vida e respeito ao meio ambiente tem se tornado uma constante junto à população em geral. Dentro da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), essas questões também são levadas a sério. Com o apoio da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro), dois projetos estão conquistando adeptos entre servidores e sentenciados justamente pelo respeito à vida e à natureza. São as ações que envolvem estufas e hortas com produção orgânica de verduras e legumes.

Os bons exemplos acontecem em Parelheiros, no extremo sul da cidade de São Paulo, e no município de Franco da Rocha, região metropolitana. As Penitenciárias “ASP Joaquim Fonseca Lopes” e “Mário de Moura e Albuquerque”, respectivamente, já colhem os resultados de suas produções. Os plantios têm função laborterápica ao mesmo tempo em que são fonte de alimentação saudável para servidores e sentenciados das unidades.

Trabalho em equipe

O projeto “Nova Semente - Plantando um Futuro Sustentável”, de Parelheiros, revelou ser uma ferramenta importante para que o sistema de autogestão na alimentação, implantado na penitenciária desde novembro de 2016, fosse bem-sucedido. A iniciativa possibilitou a produção de verduras e hortaliças no entorno do estabelecimento penal.

Inicialmente, em setembro de 2017, a ação foi estruturada para ocupar uma área intramuros de 2.160 m², onde foram distribuídas cinco estufas que comportam 26 canteiros. Hoje, contudo, a horta cresceu e foram acrescentados mais três espaços de plantio, totalizando 3.508 m² e 29 canteiros, com uma produção calculada, no período de um ano, de 26.404 unidades de hortaliças pelo sistema de plantio orgânico.

Em seis estufas são produzidas verduras como alface, rúcula, almeirão, acelga, escarola, couve, catalonha, repolho, dentre outras. Uma das estruturas, um total de sete estufas implantadas na unidade, é dedicada ao cultivo de mudas das plantas.

Para o diretor geral da Penitenciária, Marcos Simioni Júnior, o projeto contribui de forma significativa para a melhoria no cardápio, com reflexos positivos também na economia dos recursos financeiros e, de quebra, com ganhos na questão de ressocialização e atividade laborterápica dos sentenciados envolvidos ao longo do processo.

Está nos planos da unidade expandir e diversificar o plantio. A intenção da direção da penitenciária é incluir o cultivo das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), já que há uma área de 3.235 m² disponível para novos projetos.

Perspectiva de crescimento

O atual projeto com horta na Penitenciária I “Mário de Moura e Albuquerque”, de Franco da Rocha, foi iniciado em maio de 2018, ocupando mil metros quadrados. Diante dos resultados positivos, a direção da unidade expandiu a área e diversificou os alimentos que são cultivados.

Uma nova fase de crescimento da horta está sendo aguardada com a construção de estufas que darão condições para a criação de mudas a serem usadas no plantio. Um convênio firmado com a Coordenadoria de Reintegração Social (CRSC) deve ser assinado ainda em 2019 para a implantação do projeto.

A previsão é que essa ampliação da área plantada ocorra de forma gradual. Segundo Laércio Messias, Agente de Segurança Penitenciária (ASP) que acompanha o projeto, as estufas proporcionarão um crescimento significativo na produção de verduras em geral. De acordo com ele, atualmente são 1.588 m² que comportam 37 canteiros, com uma produção de cerca de 400 pés de verduras por semana.

Hoje, a unidade prisional conta com o trabalho de quatro sentenciados. Para montar a equipe, Messias relata que os interessados em trabalhar na horta passam por uma triagem para se certificar de suas habilidades no trato com a terra. Ele destaca, contudo, que a cada dia outros conhecimentos vão sendo agregados.

A partir desses exemplos, os estabelecimentos penais da SAP dão amostras de que o trabalho dignifica, ressocializa e capacita os homens. Segundo os envolvidos nos projetos, o aprendizado é constante, abrangendo desde os cuidados necessários para a compostagem orgânica até o plantio, manutenção dos canteiros e colheita de verduras e legumes.

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