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02/01/19 | Mariana Amud - Coremetro

CPP de Franco inaugura horta e estufa com adubo orgânico e mão de obra carcerária

Trabalho conjunto entre servidores e reeducandos resulta na montagem de horta e estufa totalmente orgânica e revela-se importante atividade de saúde física e mental para os reeducandos

O dia 27 de novembro marcou importante ação para servidores e reeducandos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Franco da Rocha. A partir do aval da Secretaria da Administração Penitenciária e das Coordenadorias de Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro) e de Reintegração Social e Cidadania (CRSC), o estabelecimento penal inaugurou o espaço de 8 mil m² dedicados à horta e estufa, configurando-se como importante instrumento de valorização humana dos sentenciados que cumprem pena no estabelecimento penal.

A partir do aproveitamento dos resíduos orgânicos produzidos na própria unidade, surge o novo espaço, o “Plantando Saúde”. Graças ao empenho conjunto de servidores e reeducandos, o solo foi arado e ganhou vida. Toda tarefa executada tem aproveitamento para a saúde física e mental, como também para a remição de pena, o que representa um dia a menos para cada três de trabalho.

Cuidado e qualidade nos cultivos

No CPP de Franco da Rocha o trabalho de horta já vem acontecendo há alguns anos e ganhou um valor maior agora com o projeto “Plantando Saúde”, que inclui a implantação de quatro estufas. São 12 reeducandos atuando na sua manutenção e colheita, sob a supervisão de um agente de segurança penitenciária, agrônomo de formação.

O trabalho realizado conta com a parceria das empresas locadas na unidade. Segundo o acordo firmado, são doadas mudas de verduras e em troca recebem semanalmente uma caixa com variedade de tudo o que é plantado na horta. Nas estufas do CPP, são cultivados três tipos de alface, rúcula, almeirão e temperos como cebolinha, salsa e coentro.

Dentre as quatro estruturas, duas medem 36 metros por 5 metros e as outras duas têm 18 metros por 5 metros. Diariamente, são colhidos em média 40 pés de verduras. Além da estufa, o restante do terreno é dedicado para o plantio de mandioca, abóbora, jiló, pimenta, berinjela, tomate-cereja, feijão carioca e o que mais a terra aceitar produzir.

Na inauguração das estufas do CPP de Franco, ocorrida em final de novembro, a juíza de direito do Deecrim de Campinas, Jovanessa Ribeiro Silva Azevedo Pinto, esteve presente e prestigiou a iniciativa. Segundo ela, o trabalho permite que os reeducandos trabalhem a mente, o corpo e aprendam um novo ofício. Atitudes como a adotada na unidade são sempre incentivadas pela juíza, que vê com bons olhos a reinserção social por meio de trabalhos com a terra.

A exemplo, o reeducando F.M., que tinha iniciado há poucos dias sua laborterapia no projeto, contou nunca ter tido contato com agricultura. “Eu não tinha nenhum conhecimento sobre como plantar, colher, só conhecia as verduras quando já estavam no prato”, afirma ele que atuava na área de contabilidade. Por mais que o principal atrativo do trabalho seja a remição de pena, durante o exercício os reeducandos aprendem novos conhecimentos e podem enxergar outras possibilidades de trabalho para quando terminarem de cumprir suas penas. Para F.M., é gratificante ver o resultado de um esforço coletivo sendo servido como alimento.

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