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13/12/18 | Sonia Pestana - Coremetro

Oficina de Saúde Mental para AEVPs

CQVidass Metropolitana promove Oficina de Saúde Mental com gestores dos AEVPs das 28 unidades prisionais e Hospitais de Custódia

Com o tema Saúde Mental, o Centro de Qualidade de Vida do Servidor (CQVidass) da Região Metropolitana idealizou e colocou em prática a oficina voltada exclusivamente aos gestores e diretores de agentes de escolta e vigilância penitenciária (AEVPs). A ação foi realizada nos meses de agosto, setembro, outubro e novembro, em um total de sete turmas compostas pelos responsáveis pelo corpo de guarda dos 28 estabelecimentos penais da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro) e Hospitais de Custódia.

Segundo a diretora do CQVidass, Valéria Aparecida Costa, a saúde mental deve ser abordada e discutida em todos os âmbitos possíveis, inclusive no local de trabalho. A intenção, de acordo com ela, é desmistificar preconceito e estigma em torno do tema.

Em complemento, o enfermeiro Valter Alexandre do Amaral, salientou que dentro da abordagem sobre saúde mental o suicídio ganha destaque, sobretudo diante da rotina de trabalho dos AEVPs. Para Amaral, o papel do CQVidass é auxiliar na identificação do problema e encaminhar para atendimento.

Conteúdo das oficinas

O conceito de Saúde Mental é amplo e não está restrito somente à ausência de transtorno mentais. Para a psicóloga do CQVidass, Juliana Dias Gonçalves, ter saúde mental é estar de bem consigo e com os outros, sabendo lidar com as boas emoções e também com as desagradáveis. Nesse sentido, segundo ela, vários fatores podem interferir como a sobrecarga de trabalho, o salário, as relações interpessoais, dentre outros, podem levar ao estresse ocupacional.

Atualmente, a saúde mental relacionada ao trabalho já é considerada um problema de saúde pública. Segundo as estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Previdência Social (MPS), os transtornos mentais e comportamentais podem atingir até 40% dos trabalhadores e já são a terceira maior causa de afastamento do trabalho no Brasil.

Por essas e outras, a Oficina de Saúde Mental abordou conceitos e também deu dicas sobre os sinais que indicam sofrimento emocional por parte do servidor. A psicóloga do CQVidass, Walkiria Kramer Navarro, fez alertas aos gestores dos AEVPs sobre comportamentos que devem ser levados em conta sobre adoecimento mental, como agressividade, ansiedade generalizada, pânico, isolamento, desânimo, oscilação de humor, abuso de álcool e outras substâncias, pensamento de morte, faltas frequentes no trabalho, para listar apenas alguns.

De acordo com ela, qualquer ser humano está sujeito ao adoecimento. Por isso da ideia de diminuir o preconceito e aumentar o acolhimento às pessoas que demonstram um sofrimento mental ou existencial, que pode levar a um ato suicida. Uma postura de apoio prático é escutar as queixas sem expressar valores ou julgamentos, já que em cada dez casos de suicídio, nove poderiam ser evitados, segundo estudos da OMS.

Balanço CQVidass

No balanço da ação, a direção do CQVidass considerou que a Oficina de Saúde Mental cumpriu o papel de esclarecer e dar ajuda prática. “Percebemos, ao longo de todo tempo, que no atendimento em saúde mental se fazia necessário instruir os gestores quanto aos mitos e verdades dos transtornos mentais e comportamentais, de forma que estes gestores pudessem estar mais atentos e serem mais acolhedores”, explicou Valéria.

Quanto ao atendimento com os diretores de Centro e Núcleo de AEVPs, a escolha se deu por reconhecer que nesses últimos quatro anos de CQVidass ainda não havia se aproximado dessa categoria. Para 2019, contudo, o projeto será estendido para os diretores de Segurança e Disciplina, supervisores, diretores Administrativos e de Recursos Humanos, uma vez que os transtornos mentais como depressão e ansiedade afetam milhões de pessoas no mundo, segundo a OMS. “É preciso falar sobre o assunto para facilitar a busca por ajuda e diminuir o preconceito”, enfatizou a diretora.

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