Texto normalContraste normalAumentar contrasteAumentar textoDiminuir texto Ir para o conteúdo

28/06/18 | Amanda Oliveira - CRC

Reeducandos da PII de Guareí produzem 170 mil bolas de futebol

Sacolas de papel para lojas e boutiques também estão entre as atividades laborais da unidade prisional

Seiscentos e vinte reclusos da Penitenciária Compacta de Guareí II (PII) estão correndo contra o tempo nos últimos cinco meses. O ritmo acelerado de trabalho acontece porque a unidade prisional é produtora de bolas de futebol que são vendidas para várias partes do Brasil. De janeiro a maio foram confeccionadas mais de 170 mil itens, possivelmente por ser ano da Copa do Mundo.

O trabalho é o resultado de uma constante parceria que a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) vem buscando com as empresas, a fim de beneficiar os reeducandos e prepará-los para o convívio em sociedade. Os costureiros de bolas de futebol são remunerados pelo trabalho desenvolvido e são beneficiados com a remição de pena – a cada três dias trabalhados, um dia é reduzido do total da penalidade.

Além da costura de bolas e o tecimento de redes, a unidade prisional também proporciona trabalho por meio da fabricação de sacolas de papel para lojas e boutiques renomadas do país. As atividades voltadas ao esporte preferido do brasileiro começaram na unidade em 2007.

Desde então, as oportunidades de trabalho na PII não pararam de crescer. Só esse ano, a cada mês, os presos costuraram cerca de 35 mil bolas das mais variadas marcas e times de futebol, todas montadas e costuradas individualmente, uma vez que as peças chegam ‘desmontadas’.

Em uma matéria publicada na Revista Top da Cidade, o estabelecimento penal foi reconhecido como um ambiente extremamente bem organizado, limpo e com grande preocupação em oferecer trabalho e estudo aos internos.

Segundo o diretor de Trabalho e Educação, Denilson dos Santos Silva, é possível notar a diferença entre os reeducandos que exercem alguma função, em comparação aos demais. “É muito perceptível que os sentenciados que possuem algum tipo de ocupação, seja na costura de bolas, ou em outros trabalhos, e também na parte educacional, passam a ter um comportamento diferente daqueles que ainda permanecem na ociosidade”, comenta.

O diretor ainda afirma que desenvolver atividades laborais na unidade acaba se tornando um benefício que vai além da pessoa privada de liberdade. “Os trabalhos desenvolvidos aqui são de relevância não apenas para o reeducando, que ganha diminuição na pena e recebe uma contribuição financeira para ajudar a família, mas também para a segurança da unidade, pois há a diminuição de casos de indisciplina, por mantê-los com a mente e o tempo ocupados”, disse Silva.

aasassa
Topo