29/05/18 | Sonia Pestana – Coremetro
Com o objetivo de valorizar a autoestima, a 3ª edição do Dia de Princesa trabalhou com dinâmicas de aceitação e superação
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Cerca de 34 presas transexuais tiveram um dia especial no CDP Pinheiros II
Com apoio da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), o Centro de Detenção Provisória (CDP) “ASP Willians Nogueira Benjamin”, de Pinheiros II promoveu, pelo terceiro ano consecutivo, o Dia de Princesa com as presas transexuais da unidade.
Segundo a diretora de saúde do CDP, Eliana de Souza, a ação acontece de acordo com a Resolução SAP 11, de 30 de janeiro de 2014, que dispõe sobre a atenção às travestis e aos transexuais no âmbito do sistema penitenciário. Para ela, esse 3º encontro foi realizado em homenagem ao Dia Internacional de Combate a Homofobia, Transfobia e Bifobia 2018 com o resgate da dignidade humana. Eliana acredita que a ação reflete a necessidade de vencer a violência com atitudes de compaixão.
Nesse contexto, a diretora de saúde destaca o projeto Resiliência Trans, implantado na unidade em 2016, que em muito contribuiu ao enfocar a habilidade de lidar e superar as adversidades, transformando experiências negativas em aprendizado e oportunidades em mudanças, com o objetivo de “dar a volta por cima”.
Conto de fadas
Numa sala de aula totalmente redecorada, cerca de 34 presas transexuais tiveram o privilégio de viverem um conto de fadas. Para a 3ª edição do Dia de Princesa, o CDP Pinheiros II transformou o local num verdadeiro salão de beleza, com direito a cabeleireiro, maquiador e depilador, além de bijuterias e vestidos com brilho para o tão esperado desfile.
Participaram dessa ação tanto servidores como demais detentos. Enquanto alguns se envolviam na organização e decoração da sala, outros colocaram a mão na massa fazendo depilação no rosto, maquiagem ou arrumando os cabelos das participantes do encontro.
Para Dandara, nome social de A.L.F., poder contar com um dia especial é motivo de grande alegria. “Hoje me sinto como uma adolescente de 14 anos”, declarou.
Aceitação e superação
O 3º encontro do Dia da Princesa contou também com a participação do Centro de Políticas Específicas da Coordenadoria de Reintegração Social e Cidadania (CRSC). Para esse encontro, a psicóloga e artista plástica Fe Maidel promoveu o projeto “Como sou, como me vejo” com dinâmicas de aceitação e superação.
De acordo com o diretor do Centro de Políticas Específicas, Charles Bordin, a intenção é que o projeto possa ser implantado com todas as pessoas transexuais privadas de liberdade do sistema penitenciário paulista, calculado em mais de 1.200 indivíduos. Paralelamente, Bordin destaque que a ação também envolverá a população carcerária feminina no geral.