28/05/18 | Amanda de Oliveira - CRC
Programa ‘Mulheres de Peito’ facilita o atendimento de saúde para as mulheres privadas de liberdade
Clique para ampliar
Carreta da mamografia atende mais de 200 mulheres na penitenciária de Mogi Guaçu
Detentas aguardam para fazer o exame de mamografia
Com a equipe técnica de saúde, servidores da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) comemoram a chegada da Carreta da Mamografia
A Penitenciária Feminina (PF) de Mogi Guaçu, subordinada a Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Central (CRC), recebeu, entre os dias 12 e 20 de abril, a Carreta da Mamografia do programa ‘Mulheres de Peito’. A ação é uma parceria da Coordenadoria de Saúde da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), com a Secretaria Estadual de Saúde (SES).
O programa incentiva mulheres paulistas a realizarem exames preventivos de mamografia de forma gratuita. Cerca de 40 consultas foram feitas a cada dia e, ao todo, mais de 200 mulheres, entre servidoras e reeducandas, receberam atendimento.
A cada dois anos o veículo equipado com mamógrafo, aparelho de ultrassom, conversor de imagens analógicas em digitais, impressoras, antena de satélite, computadores, mobiliários e sanitários passa em unidades prisionais femininas específicas visando à detecção precoce de tumores malignos, inclusive em fase que a paciente não apresenta nenhum sintoma.
Em fevereiro o programa atendeu mulheres da Penitenciária Feminina de Votorantim, também subordinada a CRC. Foram 164 exames realizados, sendo 155 mamografias e 9 ultrassons. Na PF de Mogi Guaçu foram realizados 199 mamografias, 2 ultrassons e 2 biópsias.
Segundo informações da equipe técnica de saúde do programa, após a realização dos exames, caso seja diagnosticado alguma anormalidade, a unidade encaminha a paciente detenta do regime fechado para o Centro Hospitalar de São Paulo (CHSP), e as do semiaberto são encaminhadas para a Unidade Base de Saúde (UBS) Ipê Pinheiro, no município.
De acordo com a diretora de saúde da PF de Mogi Guaçu, Ana Paula Sotero, a iniciativa é importante para prevenir a doença no início e agilizar a demanda. “As mulheres se sentem mais valorizadas e fazem o tratamento completo, além de facilitar a logística”, diz Ana Paula.
Uma das reeducandas beneficiadas pelo programa disse que é a terceira vez que faz o exame. Ela que está presa há 8 anos, por tráfico, afirma que o atendimento tem melhorado mais, e que é muito mais confortável fazer o exame dentro da unidade do que ter que sair para alguma unidade de saúde do município.
Para fazer os exames, as mulheres entre 40 e 49 anos precisaram do pedido médico. As que têm a partir de 50 precisaram fazer os exames apenas com os documentos pessoais. Cerca de cinco profissionais de saúde atenderam ao público, que foi beneficiado com exames de mamografia, ultrassom e biopsia, de acordo com a necessidade de cada uma.
Estatísticas
Segundo o site do Instituto Nacional de Câncer ‘José Alencar Gomes da Silva (Inca), o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele, responsável por aproximadamente 28% dos casos novos a cada ano, e também pode atingir homens, embora seja raro, representando apenas 1% do total de casos da doença.
Nas mulheres acima dos 35 anos de idade a incidência cresce progressivamente, em especial após os 50 anos. Existem vários tipos de câncer de mama. Alguns evoluem de forma rápida, outros, não. A maioria dos casos tem bom prognóstico.