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10/05/18 | Sonia Pestana – Coremetro

Sentenciados participam de ação de compensação ambiental em Jundiaí

Acordo entre SAP e prefeitura Municipal de Jundiaí dá oportunidade de trabalho a sentenciados de regime semiaberto

Desde o início do mês de abril a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), por meio da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro), vem promovendo a compensação ambiental em áreas urbanas, aproximadamente 16.392 m2, pertencentes ao município de Jundiaí. A ação de restauração do meio ambiente justifica-se pela construção do Centro de Detenção Provisória (CDP) no município, inaugurado em setembro de 2010, e vem sendo executada por cerca de 10 sentenciados da Ala de Progressão da Penitenciária “Mário de Moura e Albuquerque”, de Franco da Rocha I.

Segundo o engenheiro ambiental da SAP, Bruno Henrique Sentome Viviani, na ação de plantio foram utilizadas aproximadamente 3.680 mudas de espécies de árvores nativas da Mata Atlântica, como cedro-rosa, ipê-amarelo, jatobá, palmeira-jerivá, aroeira-pimenteira, crindiúva, dedaleiro, entre outras espécies ameaçadas de extinção. Parte do plantio foi efetuada no entorno do próprio CDP, mas a maioria das mudas foram colocada no loteamento Parque Cidade Jardim, no bairro Rio das Pedras, seguindo indicação da prefeitura Municipal de Jundiaí.

De acordo com Sentome Viviani, o esforço da SAP está voltado para o efetivo trabalho de compensação ambiental, cabendo aos sentenciados a tarefa de manutenção e conservação por meio do combate às gramíneas invasoras. O engenheiro destaca que o trabalho dos reeducandos é de grande benefício para o solo, porque a ação garante condições adequadas ao desenvolvimento das mudas e consequentemente sombreamento total do solo, e também para os moradores do local que têm ganho em qualidade de vida com a reconstrução do ecossistema, além dos benefícios sociais como conseqüência natural.

Na opinião do diretor da penitenciária de Franco da Rocha I, Marco Aurélio Cardoso de Almeida, contar com um aumento de postos de trabalhos para os sentenciados do semiaberto é sempre muito importante, já que o condenado que cumpre pena poderá remir um dia de sua sentença a cada três dias de trabalho. Contudo, segundo ele, o que fez a diferença é a finalidade do projeto, como colaborar com o meio ambiente da região. “Ter a oportunidade de trabalhar em contato com a terra é algo que vem ao encontro com os princípios da reinserção do homem preso à sociedade”, enfatizou.

Opinião dos envolvidos

Entre os sentenciados envolvidos no trabalho de compensação ambiental, o clima é de entusiasmo principalmente pelo contato com a natureza. Apesar de nunca ter trabalhado na terra, L.D.C.A. garante que vem fazendo o seu melhor. Já para M.F.S. a tarefa tem funcionado como uma terapia, sobretudo por ver os bons resultados do esforço em grupo.

J.F.S. também compartilhar o mesmo sentimento de missão cumprida. Segundo ele, a interação com os moradores da região foi muito boa. “Fomos bem recebidos e até parabenizados pelo nosso trabalho”, destacou. “Sabemos que erramos no passado, mas estamos repensando nossos erros e diante da boa aceitação dos vizinhos ao parque vemos que nada está perdido, ainda temos valor para a sociedade”, desabafou.

A opinião dos moradores vem confirmar esse entusiasmo. José Carlos revelou que desde o primeiro dia de trabalho dos sentenciados a vizinhança viu com bons olhos esse esforço. Segundo ele, o lugar está ficando limpo e isso impede a ação de andarilhos na área.

Patrícia também vem acompanhando o trabalho dos reeducandos. Para ela, o ponto positivo não está somente na manutenção das áreas verdes, mas, sobretudo, na oportunidade de trabalho útil e prazeroso que os prepara para retomada da vida em sociedade.

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