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10/01/18 | Kelma Jucá – Corevali

Corevali encerra ciclo de Jornadas com mais de 40 mil atendimentos

Quase quatro mil homens e mulheres presos participaram de diversas ações com ênfase para a ressocialização

A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) por meio da Coordenadoria das Unidades Prisionais da Região do Vale do Paraíba e Litoral (Corevali) acaba de encerrar o ciclo anual de “Jornadas de Cidadania e Empregabilidade”. De fevereiro a novembro, os 18 estabelecimentos penais promoveram ações relacionadas à saúde, cidadania e sistema judiciário, totalizando 43.710 atendimentos.

Neste ano, participaram das Jornadas 20.662 homens e mulheres presos, tanto em regime fechado como em semiaberto. Em 20 Jornadas promovidas nas regiões do Vale do Paraíba, Alto Tietê e Litoral, foram realizados mais de 16 mil ações para os reeducandos na área da cidadania – que incluem a emissão e a regularização de documentos civis, além de palestras e oficinas – mais de 23 mil serviços de saúde e quase 4 mil atendimentos jurídicos.

Para o diretor do Grupo Regional de Trabalho e Educação (Grate) da Corevali, André Luís Domiciano, a iniciativa é um ponto alto no trabalho rotineiro do sistema prisional paulista. “As Jornadas vieram para ampliar e fortalecer a ação das unidades prisionais de nossa secretaria nos eixos do jurídico, da saúde e da cidadania. Por meio dessa ação, é possível a formalização de boas parcerias com universidades e outras instituições afins, além da possibilidade de ‘apresentarmos’ parte da realidade do sistema penitenciário para a sociedade civil”, resume.

Fechamento

Nos meses de outubro e novembro, o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Mogi das Cruzes, o CDP “Luis César Lacerda” de São Vicente, o CDP “Dr. Félix Nobre de Campos” de Taubaté, o Centro de Progressão Penitenciária (CPP) “Dr. Rubens Aleixo Sendin” de Mongaguá, a Penitenciária de Potim II e a Penitenciária de São Vicente II fecharam o ciclo das Jornadas da Corevali.

Como resultado de parcerias estabelecidas, tanto o CDP de Mogi das Cruzes como o CDP de São Vicente abriram espaço para estudantes de Direito – da Universidade Brás Cubas e da Universidade Santa Cecília, respectivamente – conhecerem a realidade do lugar.

Já o CDP de Taubaté inovou no cerimonial com a apresentação do “Quinteto de Cordas” da Escola de Artes Fêgo Camargo, que emocionou autoridades, convidados e detentos. No CPP de Mongaguá, foi a vez dos presos emocionarem o público. Logo após a abertura oficial da Jornada, dois corais cantaram Raul Seixas e Michael Jackson.

Na PII de São Vicente e na PII de Potim, depoimentos quebraram o protocolo das cerimônias de abertura. Em São Vicente, uma servidora curada de câncer de mama agradeceu o apoio recebido pelo corpo funcional da unidade enquanto fazia o tratamento da doença. “A minha sogra, que é minha mãe de coração, acabou de descobrir que está com câncer. Eu fiquei agora com mais esperança de que ela irá se curar”, disse Luciano, de 39 anos – preso que se emocionou com o relato da funcionária.

Na PII de Potim, um egresso, que esteve recluso por seis anos na unidade, foi convidado para dar seu depoimento de superação e recomeço. “Eu tive coragem de fazer várias coisas erradas lá atrás. Até que eu decidi largar minha antiga vida e ter coragem de fazer as coisas certas. Se eu consegui, vocês também conseguem”, disse Diogo, de 27 anos, aos reeducandos presentes.

O início

A primeira edição do evento no Estado de São Paulo, em junho de 2015, ocorreu na própria Corevali, mais especificamente no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) “Edgard M. Noronha” de Tremembé. O modelo inspirador da unidade é hoje adotado por todas as outras 167 unidades prisionais paulistas, após se tornar Resolução da SAP, em junho de 2016.

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