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23/11/17 | Amanda de Oliveira - CRC

Reclusa do CR de Rio Claro conclui curso superior

Mulher de 42 anos recebe certificado de Tecnologia em Logística pela Faculdade Anhanguera

O mês de outubro foi de muita alegria e expectativa para Adriana Aparecida Carloni, de 42 anos, reeducanda do Centro de Ressocialização Feminino (CRF) de Rio Claro. A celebração se deu por causa de sua colação de grau, que aconteceu no dia 17/10, no curso superior de Tecnologia em Logística, na Faculdade Anhanguera, campus da cidade.

De acordo com relatos da tecnóloga, o seu interesse na área de exatas aconteceu por causa de um curso de auxiliar de administração em transporte, oferecido pelo Serviço Social de Transporte (Sest) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), em parceria com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), na própria unidade prisional, além de levar em consideração o mercado de trabalho.

Adriana já trabalha no CR e por pensar muito no futuro e em como seria sua vida ao retornar à sociedade, decidiu cursar faculdade, mudar de vida e aproveitar as oportunidades que têm dentro do sistema prisional. Além da preocupação com a sua vida, ela diariamente era tomada por um sentimento de baixa autoestima, principalmente com relação a sua vida profissional e pensou que jamais teria uma grande conquista nesse período de reclusão.

Condenada a 21 anos de prisão, a reeducanda se via sem expectativa de grandes realizações. Mas, depois dos cursos e da colação de grau, se vê preparada para enfrentar a liberdade ao término da pena, que será em 2018 e, consequentemente, recuperou a sua autoestima. Após superar inúmeras dificuldades, Adriana diz não se sentir mais nula perante a sociedade, embora ainda esteja em reclusão, com um sorriso e brilho no olhar diz ter a certeza que é capaz de correr atrás de seus objetivos e compensar os erros do passado.

A estudante frequentou as aulas na faculdade de segunda a sexta, o que a fazia se sentir um pouco mais livre e em mais contato com a sociedade, porém, ao mesmo tempo, sentia um pouco de tristeza por não poder participar das atividades fora do ambiente educacional. Mas quando ela pensava em seu diploma, sentia ainda mais força de vontade. Agora a reeducanda planeja dar continuidade aos estudos quando sair do CR e quer mostrar à sociedade que embora tenha cometido “deslizes”, todos nós somos capazes de mudar a nossa história, basta querer. “Somos vistos como bandidos indignos de uma segunda chance, mas todos merecem outra oportunidade. Aqui dentro eu estou tendo a minha e quando eu sair vou aproveitar ao máximo”, relata Adriana.

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