10/02/12 | Rafael Marinho - Assessoria de Imprensa - SAP

Projeto com animais abandonados no CR de Jaú

Contato com animais tem auxiliado no comportamento dos reeducandos

Galinhas e outras aves são criadas na parte externa

Há cinco anos o Centro de Ressocialização (CR) de Jaú trabalha com o “Projeto Arca de Noé”, no qual mantém a criação, cuidados e a reabilitação de diversos animais de estimação, que recebem cuidados de reeducandos, na unidade prisional.

Todos sabem da importância de um bicho de estimação na vida das pessoas. Não tem preço ver um animal de criação feliz ao encontrar seu dono. No entanto várias pessoas não dão atenção a isso e tratam com desprezo o seu animal. Pior ainda são os animais abandonados por seus donos, solto pelas ruas, com sentimento de fome, frio e medo.

No momento cinco reeducandos dão total atenção aos animais assumindo cuidados básicos como alimentação, banho, remédios e higiene. A unidade trabalha com diversos animais, as aves e outros vindos devido a maus tratos. Eles são separados na parte externa e os cachorros abandonados são auxiliados na parte interna, sem acesso à área habitacional.

Os animais chegam à unidade de diversas formas; alguns são abandonados na porta do CR; já as aves são de levadas pela Polícia Florestal e, geralmente, são frutos de apreensões. Os reeducandos trabalham na readaptação dos pássaros, para que logo sejam devolvidos à natureza e, por fim, alguns cachorros são trazidos pelo veterinário e voluntário do CR, Carlos Alberto Biscaia.

Os animais são ajudados para que logo tenham uma família ou alguém que queira adotá-los, ficando por conta do veterinário dar toda a assistência aos novos donos. Porém alguns animais são levados pelos reeducandos que saem em liberdade, o que demonstra a forte ligação emocional entre o sentenciado e o animal.

A diretoria da unidade acredita que esse projeto é um fator que contribui no trabalho com alguns sentimentos negativos, como a rejeição, dependência emocional e depressão, uma vez que o contato com animais de estimação reduz o sentimento negativo de vários condenados.

Para endossar essa afirmação, existem diversos estudos comprovando que a presença de animais ajuda a melhorar o comportamento de alguns detentos. No trabalho feito pelo criminologista alemão Hans-Dieter Schwind, da Universidade de Osnabrück, no estudo intitulado Tiere im Strafvollzug (Animais no regime penitenciário), é sustentada essa mesma ideia de que a presença de animais na prisão melhora o comportamento dos condenados. O estudo conclui que o contato com os animais ajuda os reclusos a adquirirem responsabilidade e, sobretudo, os ensina a criar laços afetivos, muitas vezes esquecidos no cotidiano onde estão ou estavam inseridos.