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03/10/17 | Sonia Pestana – Coremetro

Criatividade e inovação mudam a rotina de unidade prisional

A necessidade é a mãe da inovação. Assim servidores do sistema prisional criam e recriam visando melhorias de serviços e alcançam a satisfação pessoal de um trabalho bem feito

A criatividade sempre fez parte da vida dos seres humanos. Paralela a isso está a inovação. Nesse contexto, quem não conhece alguém criativo e ousado, que busca ser útil e que transforma o trabalho rotineiro em algo prazeroso e dinâmico? É exatamente esse o perfil dos agentes de segurança penitenciária (ASPs) Alancarlo Fernet e Bruno Ferreira Neves, que trabalham no Centro de Detenção Provisória (CDP) “ASPs Willians Nogueira Benjamin”, de Pinheiros II, na capital paulista.

Fernet e Neves são bons exemplos de servidores que não economizam criatividade para colocar em prática uma ideia que possa melhorar ainda mais o serviço a ser feito e, de bandeja, beneficiar outros. Para eles, a criação anda de mãos dadas com a inovação, por isso a necessidade de renovar ideias e ações para motivar e crescer na vida com eficiência e felicidade.

O CDP Pinheiros II é palco de muitas inovações. Sendo os dois, responsáveis pela equipe de manutenção da unidade, juntos eles mantêm viva a capacidade de criação e adaptação. Nesse contexto, todas as pessoas que fazem parte da equipe de trabalho acabam envolvidas, sejam servidores ou reeducandos. E ideias não faltam!

Automação no abastecimento de água

Engana-se quem pensa em dificuldades quando se fala em inovação. Na verdade, o interessante é ver que todas as inovações mostraram ser surpreendentemente simples, porém, eficazes. Grande parte dessas novidades implantadas no CDP Pinheiros II começou da necessidade diária.

Bom exemplo vem da automação da abertura e fechamento da água que abastece a população carcerária. O projeto foi implantado em fevereiro deste ano em função dos constantes problemas envolvendo a bomba d’água, que trabalhava acima do necessário, ocasionando desperdício de água e alto consumo de energia.

Intrigados com essa situação, juntos passaram a pesquisar soluções com a equipe de trabalho. Daí a ideia de automatizar a abertura e o fechamento da água que abastece os pavilhões habitacionais, por meio de um timer de automação industrial, que controla o tempo entre a abertura e o fechamento do registro de água. Para completar a inovação, foi instalado um motor de portão automático que é controlado segundo a programação preestabelecida de abastecimento.

As ideias não pararam por aí. Com apoio de um reeducando, a equipe implantou o painel luminoso que é o indicador do fornecimento de água para a população carcerária. No mesmo painel foi projetado um controle de luz para o abastecimento das duas caixas d’água, sendo uma destinada à reserva da unidade e outra que recebe a água da rua, proveniente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

Segundo os ASPs, essas ações resultaram em economia nas contas de água da unidade e nas substituições das bombas, que constantemente queimavam pelo uso descontrolado. O consumo passou de 4.884 m3, registrados em janeiro de 2017, para 3.757 m3, na media mensal de fevereiro a agosto do mesmo ano, uma redução de 23% no volume de água consumida. Em termos financeiros, a economia gerada nas contas do CDP foi de R$ 41 mil mensais, se comparados aos gastos do mesmo período.

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