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28/09/17 | Caio Daniel - CRN

Inclusão e ressocialização une alunos da APAE e reeducandos do CR de Jaú

Atividade tem foco na superação e autoestima

Um projeto promovido pela diretoria do Centro de Ressocialização (CR) de Jaú levou sete alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) para uma vivência com sentenciados da unidade prisional. O projeto fez parte do cronograma de atividades da Jornada de Cidadania e Empregabilidade e ocorreu no dia 6/9 na ala de convivência do CR. O objetivo foi discutir desafios e dificuldades que os assistidos encontram para se integrarem à sociedade, além de criar interação entre alunos da Apae e sentenciados.

A atividade “O que é ser deficiente” instruída pelo professor de capoeira Dourado, escolheu cinco reeducandos para sentir na pele o que uma pessoa com necessidades especiais passa diariamente. Na simulação, um reeducando era cadeirante, outro, cego e os demais não podiam se mexer, pois estavam com mãos e pés imobilizados. “A gente nota que pessoas que possuem alguma deficiência são deixadas de lado nas escolas, faculdades, festas. Elas sempre estão à margem. Nosso papel é incluir essas pessoas mostrando que são capazes de conseguir”, comentou Dourado. O instrutor ensina capoeira na Apae e diz que o esporte serve para integrar os alunos. “Hoje viveremos isso na pele, vocês [reeducandos] receberão nossos alunos e jogarão capoeira com eles”.

Um grande círculo de reeducandos foi formado para receber os integrantes daApae. Aos poucos, eles se misturavam para brincar de capoeira ao som de berimbau, pandeiro e atabaque (tambor de origem africana). O professor também ensinou alguns cânticos tradicionais do esporte – o que ajudou a “quebrar o gelo” entre os participantes.

A assistente social da Apae comenta que a ação é diferente e inovadora. "Está sendo bem diferente. Geralmente nossos alunos é que são visitados, mas hoje foi o contrário". “O intuito desse encontro é mostrar que eles não tiveram opção (em relação às limitações), mas muitos dos reeducandos que estão aqui [CR] foi por uma escolha errada que fizeram no passado. A ideia é que saiam daqui com um olhar diferente”.

Para a diretora do presídio, Vera Lúcia da Silva, a experiência é muita rica tanto para sentenciados, quanto para os alunos do instituto. “Nossos reeducandos perceberam que nenhuma dificuldade pode nos paralisar. Esta ação serviu para que eles sintam o que as pessoas que têm necessidades especiais sentem diariamente, enfrentando desafios sempre em busca de superação”.

No final do encontro houve apresentação de músicas e poesias.

Trabalho voluntário

Alguns sentenciados que trabalham em serviços de limpeza e almoxarifado da casa prisional ajudam a Apae na separação de cupons fiscais recebidos como doações. O trabalho ocorre ao menos duas vezes na semana e é totalmente voluntário.

Jornada de Cidadania e Empregabilidade

A segunda edição do projeto criado pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), promoveu no CR uma série de ações como a regularização de documentos, palestras sobre mercado de trabalho e exposição de materiais feitos nas empresas dentro do presídio. A solenidade de abertura contou com a presença de autoridades como o presidente da câmara municipal de Jaú, Lucas Flores, a defensora pública Tatiana Mendes Bachega, o Tenente Coronel do 27º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPMI), Jefferson Bastos, a representante da coordenadoria de reintegração social da SAP, Juliana Catto, o gerente regional da Fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel” (Funap), João Piauí e Hélio Zago, presidente da Apae de Jaú.

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