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15/08/17 | João Carlos Bigaran Junior – CRN

Centro de Ressocialização de Jaú realiza o “2º Festival de Inverno”

Evento denominado “Julho Cultural” valoriza artistas e revela novos talentos

O Centro de Ressocialização (CR) de Jaú, realizou o “2º festival de Inverno”. Aproveitando o período de férias escolares, a atividade que ficou conhecida como “Julho Cultural”, nasceu do propósito de motivar e descobrir novos talentos existentes entre os reeducandos, para a música, desenhos, poesia, teatro, entre outros, sendo instrumento no processo da ressocialização do homem preso, resgatando sua autoestima, dando a oportunidade de despertar os talentos que estavam adormecidos com o aprisionamento.

Além dos efeitos positivos da ação cultural com os participantes, as apresentações e exposições proporcionam entretenimento para todos os sentenciados da unidade, seus familiares e o corpo É o segundo ano consecutivo que o “Julho Cultural” acontece no CR e, para isso, houve um grande engajamento de todos os setores da unidade e também dos participantes do evento e reeducandos que auxiliam nos bastidores das apresentações, decoração, cenário, figurino, sonorização, etc.

O encerramento da 2ª edição ocorreu no dia 03/08, contando com a participação dos sentenciados, funcionários e das autoridades, Davi Marcio Prado Silva, Juiz de Direito, coordenador do Deecrim 3ª RAJ; Leandro Eburneo Laposta, Juiz de Direito do Deecrim 3ª RAJ; Janser Ricardo Gonçalves, diretor do Grupo Regional de Ações de Trabalho e Educação da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Noroeste (CRN); Vera Lúcia da Silva, diretora do CR de Jaú; João Piauí de Oliveira, gerente regional da Fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel” (Funap); Rosimeire Aparecida Bodoni Massocato, diretora da Escola Vinculadora “Major Prado”; Solange Rosalem Senese e Marcia Maria Luchesi, representantes do Instituto Ação Pela Paz.

O evento teve início com apresentações musicais, onde os reeducandos interpretaram canções de estilos variados, cantando e tocando violão, teclado e saxofone. A diversidade nas apresentações, abrangeu desde a música gospel, sertanejo, música instrumental e rock nacional. Após as audições, o espaço foi aberto para a poesia, onde um sentenciado recitou poema de autoria própria.

Em seguida, foi apresentada a peça teatral, de autoria de um reeducando e também encenada pelos sentenciados, com sonoplastia de um dos presos. Com o título “O Contraste” a peça contava com o cenário divido ao meio, onde duas histórias antagônicas se passavam, em formato de “esquetes”, que são peças de curta duração, geralmente de caráter cômico, onde os atores devem ter grande capacidade de improvisação. Uma delas narrava o sofrimento do nordestino causado pelas duras secas da região, enquanto a outra, “contrastando” a primeira, retratava de forma leve e divertida, personagens participando de um tradicional churrasco entre amigos, onde apenas um deles se preocupava com o desperdício de água e a falta de consciência das pessoas sobre o tema, que culminou no histórico racionamento de água e baixas alarmantes nas reservas em diversas regiões do país, onde até então era inimaginável a falta de água. O “Julho Cultural”, contou também com exposição de pinturas dos reeducandos e tapetes feitos à mão.

A diretora do CR, Vera Lúcia da Silva, avalia que o evento mobiliza a população carcerária em prol da cultura e pretende repetir a cada ano o “Festival de Inverno”. Também presente ao evento, o magistrado Davi Marcio Prado Silva, ressalta a importância de ações culturais e educacionais entre os reeducandos, pois eleva a autoestima e os potenciais ressocializadores na unidade prisional.

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